Donald Trump na Sala Oval. À direita, Reince Priebus e Steve Bannon trocam impressões, mas há um conflito em aberto entre os dois

Estrutura de poder propicia conflito entre detentores de diferentes cargos. Conselheiro de Trump surge em posição forte.
Reince Priebus e Steve Bannon são duas das pessoas que mais perto estão de Donald Trump, de forma direta e imediata. Com o vice-presidente Mike Pence e com o genro do presidente e seu conselheiro, Jared Kushner, são considerados das figuras mais poderosas na Casa Branca, ouvidas sempre que se toma uma decisão. E estão em guerra entre si.
As notícias de um conflito entre Priebus e Bannon, respetivamente o chefe de gabinete da Casa Branca e o conselheiro principal de Trump, começaram a surgir no início de fevereiro, dando conta da forma distinta como os dois homens gerem as situações políticas das quais têm responsabilidade. E de como aconselham Trump quando este lhes solicita opinião. Um texto publicado dia 3 na The New Yorker, intitulado "A guerra de Steve Bannon e Reince Priebus pela Casa Branca", refere que a "influência" do primeiro "está a crescer". O texto afirma que antigos colaboradores de Bannon na Breitbart News estão a ser integrados na Casa Branca e a sua porta-voz, Alexandra Preate, é dada como futura chefe de gabinete do conselheiro principal de Trump. O que a The New Yorkerinterpreta "como um movimento para criar um feudo fora do controlo de Priebus".
Segunda-feira, o The New York Times escrevia que Trump está "irritado" por não ter sido "devidamente informado" de todas as implicações de ter nomeado Bannon para o Conselho de Segurança Nacional. Uma decisão que, segundo o mesmo diário, permite àquele "posicionar-se... como presidente de facto".
Ontem, no programa da manhã da MSNBC, o apresentador, Joe Scarborough, republicano e considerado bem informado, afirmou que "talvez seja Bannon quem está a tomar todas as decisões". A afirmação de Scarborough, cujo programa "é visto religiosamente" pelo presidente, segundo o Politico, motivou uma mensagem irritada no Twitter, com Trump a escrever: "Sou eu que tomo as minhas próprias decisões (...) e todos sabem isso. Alguns media de NOTÍCIAS FALSAS, [numa estratégia] de marginalização, mentem!" No início da semana, a revista Timefez capa com Bannon, sob o título "O grande manipulador". Para o republicano Newt Gingrich, antigo presidente da Câmara dos Representantes e apoiante de Trump, Bannon "quer ser o intelectual, o estratego incendiário", enquanto Priebus é a pessoa da organização, do método, do fazer bem.
O texto da The New Yorker dá como exemplo dessas diferenças o facto de a ordem executiva de Trump, que interdita a imigração de nacionais de sete Estados muçulmanos, ter sido inspirada por Bannon, ao passo que a escolha de Neil Gorsuch para o Supremo Tribunal teve influência de Priebus. Críticos de Trump entre os republicanos e os democratas reconhecem o jurista como adequado para o Supremo. No entanto, Priebus foi mais criticado pelos efeitos da ordem executiva sobre a imigração. Para um próximo do chefe de gabinete da Casa Branca, citado naThe New Yorker, Priebus e Bannon, cada um deles, "gostaria de estar no comando e fazer as coisas sem entraves".
A revista cita ainda uma fonte próxima de Bannon que tenta minimizar o confronto entre os dois homens, mas recorrendo a um argumento que demonstra como é real o choque entre os dois: Bannon "já disse que não quer o lugar de Reince". Porque não precisa de ser chefe de gabinete para ter a atenção do presidente.
Conflito à parte, a estrutura de poder hoje vigente na Casa Branca, em que o chefe de gabinete tem, na prática, de competir com outros elementos da equipa, sem os controlar, revelou-se desastrosa no passado, recorda a The New Yorker, com o republicano Gerald Ford e com o democrata Jimmy Carter.
Axact

Revista 11

Vestibulum bibendum felis sit amet dolor auctor molestie. In dignissim eget nibh id dapibus. Fusce et suscipit orci. Aliquam sit amet urna lorem. Duis eu imperdiet nunc, non imperdiet libero.

Post A Comment:

0 comments: