Ondjiva - A resistência feita pelo rei Mandume Ya Ndemufayo contra a opressão colonial serviu fonte de inspiração para as novas gerações africanas afirmou, segunda-feira, na localidade de Oihole, município de Namacunde, província do Cunene, a antropóloga Ana Maria de Oliveira.

ANA MARIA DE OLIVEIRA - ANTROPÓLOGA
FOTO: JOAQUINA BENTO














Ao dissertar numa conferência sobre o tema “Mandume Ya Ndemufayo, o último rei do Cuanhama, 06/02/1917- 06/02/2017, 100 anos da Batalha de Oihole”, Ana Maria de Oliveira destacou a bravura do rei Mandume, que assumiu o trono ainda muito jovem e combateu com heroísmo a invasão colonial.
Por isso, ressaltou, o rei Mandume foi um exemplo para muitas gerações em África no combate ao colonialismo.
Lembrou que o rei Mandume esteve envolvido em diferentes batalhas que causaram muitas baixas ao exército colonial português, que tentava ocupar o sul de Angola.
Referiu que Mandume nunca aceitou submeter-se sob o jugo colonial, por isso partiu para o confronto direito contra o exército colonial.
“Depois de sofrerem grande humilhação, as forças portuguesas juntaram-se ao exército britânico e rumaram em direcção a região do Oihole, em grande número e com armamento sofisticado, conseguindo assim derrotar a tropa do rei Mandume", contou.
Já o historiador Dias Sinedima, que dissertou o tema “Breve resumo aos acontecimentos desde o Vau-do-Pembe ate à batalha nas proximidades de Oihole”, sublinhou que o rei Mandume foi uma das figuras mais importantes da história do país, pela forma aguerrida como defendeu o seu povo do jugo colonial.
"Mandume Ya Ndemufayo e as suas tropas estavam envolvidas em muitas batalhas, mas a maior foi a de Môngua, que durou quatro anos. Esse soberano nunca aceitou ser apanhado vivo, por isso preferiu a morte, por suicídio, a 6 de Fevereiro de 1917 em Oihole", narrou.
A palestra foi realizada no âmbito das jornadas comemorativas ao centenário da morte do rei Mandume Ya Ndemufayo.
Axact

Revista 11

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