Máfia chinesa actua na CTCE - Manuel Ngongo

Luanda - A empresa chinesa de construção, China Tiesiju Civil Engineering Group Co., Ltd. (CTCE), com sede na entrada da centralidade do Sequele, ao município de Cacuaco, em Luanda, é acusada de exercer actividades que não dizem respeito ao objecto social para a qual foi constituída e autorizada em Angola

Fonte: Jornal Manchete 

Fontes próximas à CTCE confirmaram ao Manchete, a existência, numa das instalações da referida empresa, localizada na entrada do Sequele, a realização de actividades que lesam o bom nome da CTCE, ou seja, a CTCE está envolvida em actividade de prostituição ilegal, fundamentalmente para indivíduos de alta sociedade e eventual tráfico de produtos ilícitos, entre os quais, drogas.

Estes actos vêem sendo praticados desde o acabamento das obras inicialmente feitas apenas para serviços administrativos e operacionais de construção civil, sendo a CTCE, a empresa responsável pelas obras de construção dos edifícios da centralidade do Sequele, onde algumas reclamações sobre a qualidade das obras, também já se fazem sentir, um assunto que traremos nos próximos números.

Recorde-se que na entrada principal da mesma infraestrutura, há, para além dos dizeres “Bem-vindo à CTCE”, um símbolo da Polícia Nacional, eventualmente para garantir segurança aos que acorrem aquele lugar ou para eventual intimidação para quem quiser saber mais sobre as actividades ilícitas que ali se praticam, comentaram as fontes.

Questionados sobre as individualidades que visitam frequentemente a CTCE para este tipo de práticas, as fontes, que preferiram o anonimato, disseram que trata-se de pessoas muito bem posicionadas na sociedade angolana, nos mais altos patamares, sem, no entanto, citar nomes.

O OLHAR SILENCIOSO DA CASA CIVIL

Há uma curiosidade neste fenómeno, o símbolo da Polícia Nacional estampado no lado esquerdo da entrada principal da empresa que se contrasta com a equipa de segurança do referido estabelecimento, pois, o asseguramento é feito pelo pessoal da Casa Civil e/ou Militar da Presidência da República liderado por renomados generais do exército angolano, tal como Hélder Vieira dias “Kopelipa”, tido como sócio da referida empresa.

Se não é a polícia que assegura tal espaço, qual é a razão da cor azul na parede e o símbolo da Polícia, como se fosse unidade policial? A outra curiosidade prende-se com o facto da Casa Civil/Militar da Presidência da República é responsável pela atribuição e distribuição de obras às empresas chinesas, não sendo para menos que a CTCE recebeu um contrato de obras novas de recuperação de estradas orçadas em 171 milhões de dólares.

Contactado pelo Manchete, por via telefónica, sobre o serviço de prostituição e tráfico de produtos ilícitos, inclusive drogas, na CTCE, o responsável da empresa, o cidadão de nacionalidade chinesa que responde pelo nome de “Young”, começou por dizer que não compreendia bem a língua portuguesa e solicitou se fosse possível responder as questões em “Inglês”, pelo que respondemos positivamente e em seguida, as perguntas foram refeitas na língua preferida e transcrevemos as suas declarações …(risos), “isto é totalmente impossível, pertencemos a um grupo empresarial do Estado Chinês e somos o número 78 no ranking mundial em construção civil, como poderíamos manchar a nossa imagem com este tipo de actividade? Se isso fosse verdade a nossa cliente Imogestin havia de saber, isto é impossível”.

Quanto ao símbolo da Polícia Nacional, na entrada, mesmo sendo um lugar protegido pelas Forças Armadas, que se presumem ser da Casa Civil/Militar da Presidência, “Young” disse: “tenho que dizer que sou trabalhador e não posso dizer nada em relação a isso, caso queira confirmar alguma coisa, é uma questão de visitar as nossas instalações, obrigado, agora estou muito ocupado”.

A CTCE-China Tiesiju Civil Engineering Group Co., Ltd., é uma das empresas chinesas de construção civil contratada pelo Estado angolano para a construção da maior parte das casas da centralidade de Sequele, no município de Cacuaco, em Luanda e ainda ganhou alguns contratos dos quais falaremos nos próximos dias.