O músico Mito Gaspar é o vencedor do Prémio Nacional de Cultura e Artes, edição 2016, numa promoção do Governo Angolano, através do Ministério da Cultura.
Segundo o júri do prémio presidido por António Fonseca, a atribuição do prémio a Mito Gaspar tem em conta o conjunto da sua obra, no qual se destaca o seu invulgar estilo musical, enraizado na identidade cultural angolana, qualificam-no como um dos garantes da preservação da ancestralidade artístico cultural e projecção da mesma na contemporaneidade.
O júri avança ainda que, recorrendo ao domínio do imaginário expresso nos provérbios kimbundu e em temas como “Havemos de votar”, poema musicado de Agostinho Neto, de que resultou uma brilhante tradução para o kimbundu pela sua pena, verga o seu canto à maneira de uma vida existencial kimbundu.
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O corpo de juro destaca ainda o facto de Mito Gaspar fazer incursões pela língua umbundu e pelo contexto cultural veiculado por esta língua nacional.
“Embora assente na tradição angolana, a sua obra ocupa também um espaço Na world music e afroc jazz”, reforça o júri.
O Prémio Nacional de Cultura e Artes é atribuído, nomeadamente literatura, artes plásticas, dança, música, teatro, cinema e audiovisuais e investigação em ciências humanas e sociais.
O prémio visa incentivar a criatividade nos domínios literários, artístico e da investigação científica no âmbito das ciências humanas e sociais, promover a qualidade da produção do cinema e áudio - visuais das artes de espetáculos, nomeadamente a encenação de obras teatrais, dança, música, bem como a promoção dos bens culturais e de conhecimento através da publicação, divulgação e valorização.
O prémio constitui uma homenagem e incentivo ao génio criador dos angolanos, de modo a perpetuar no seio dos cidadãos ideias tendentes a compreensão das múltiplas formas da criação artística e diversidade das manifestações linguísticas e culturais do povo e da nação.
Mito Gaspar nasceu a 05 de Outubro de 1957, no município de Cacuso, província de Malanje.
No ano de 1978, após a conclusão do ensino médio (5º ano do liceu), imigra para a província da Huíla e chefia o Departamento de Cultura, Recreação e Desportos (DCRD) da JMPLA, iniciando uma carreira activa no ramo artístico-cultural. Nesta época forma o Trio Henda, que viria a conquistar lugares cimeiros em festivais nacionais, tais como Festival Juvenil da Canção, Festival de Música Popular Variante e Festival Nacional de Cultura (FENACULT).
Mercê do seu invulgar estilo musical, enraizado na identidade cultural angolana, Mito Gaspar é detentor de vários diplomas de mérito e reconhecimento, menções honrosas e outras distinções que o qualificam entre os maiores pilares da ancestralidade cultural, com uma discografia estruturada, versátil e eclética.
“Man Polê”(1980) – Luanda, “ Mitos &Tradições”(1986) – Paris, “Phambu ya Njila”(2004) – África do Sul fazem parte do conjunto da discografia do artista.
Mito Gaspar também passou pela actividade Jornalística, isto na Emissora Provincial da Huíla da Rádio Nacional de Angola(RNA), onde assumiu as funções de Chefe de Departamento de Informação e de Programas, durante mais de 9 anos. Aí repartiu-se em seminários de formação e estágios nos Estúdios Centrais da RNA. Frequentou e concluído o 2º ano da Faculdade de Ciências da Educação (ISCED) ainda no Lubango(Huíla).
Com o eclodir da guerra, em 1992, instala-se em Luanda e participa de um concurso, junto das Nações Unidas, sendo assim indigitado para as funções de Chefe Logístico do PAM (Programa Alimentar Mundial) nas Províncias de Malanje, Bié, Kuando Kubango e Kwanza Sul.
Terminado o vínculo contratual com o PAM, regressa as lides culturais, no Ministério da Cultura, desempenhando vários cargos de chefia, entre eles Chefe de Departamento de Acção Cultural (Delegação Provincial de Luanda), Chefe de Departamento de Artes e Massificação Cultural (Direcção Nacional de Acção Cultural), Director Artístico (em comissão de serviço) nas Expo’s de Portugal, Espanha (Sevilla), Japão e Coreia do Norte(Piyong Yang).
Inúmeras participações em projectos sociais, de caridade e de intervenção socio-político e cultural, no país e no exterior, viriam a solidificar o crescimento e maturidade na esfera artística, cultural e profissional de Mito Gaspar.
Finalmente, em 2005, regressa à Malanje com a pretensão de contribuir para o surgimento de um turismo ecológico e no renascimento de uma cultura étnica da região, contudo, sem lograr sucessos satisfatórios.
Actualmente, Mito Gaspar é o director provincial da Cultura de Malanje.
Fonte: Platinaline
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